sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sou

Sou poeta sem valor
Mas persisto em escrever
Trovo o amor
Embora por ele vá morrer
Sou desterrado dentro de mim
Refugiado de causas perdidas
Não tenho principio nem fim
Sou as palavras nunca lidas
Sou menos que nada
Na verdade já não existo
Sou a minha própria madrugada
Mas de chegar a ser dia desisto
Sou estátua esquecida
Na confusão da retirada
Sou a depressão suicida
Da pessoa nunca amada
Sou ponto final
De uma frase nunca escrita
Sou doente terminal
A minha doença é a desdita
Sou trovão e raio
De um Deus que ninguém adora
Sou chuvada no fim de Maio
Sou o minuto que falta na hora
Na verdade não sei já que digo
Nem sei porque o fiz
Só sei que quero que fiques comigo
Deixa-me apenas ser feliz...









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