sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Luxúria

Gosto da luxúria. Não somos castos por natureza, somos animais sexuais e sociais desde que nascemos. Só nos sentimos realizados quando apreciados por outros e ser eremita é algo que para além de não ser saudavel, é contra-natura. Acho o sexo maravilhoso. Não algo a que se deva fugir, que se deva tratar como um tabu, mas algo plenamente presente em toda a nossa vida. Quando somos jovens, muito jovens, apaixonamo-nos e rejeitamos a pessoa ao sabor das nossas glândulas. Traímos, porque estamos numa viagem de descoberta dos nossos corpos e dos outros. Gosto de me sentir atraído, gosto de me sentir excitado. Não fiquem chocados. É perfeitamente natural. É algo de certa forma inevitavél. A paixão é bonita. Os corpos suados numa cama, as palavras ditas no furor do acto, o atabalhoamento, o deslumbramento, a entrada nos cantos mais recônditos e desconhecidos de outra pessoa, são algo de extraordinário. Não percebo porque muitos consideram a luxúria um pecado. "Deixar-se dominar pelas paixões" - desde quando é uma coisa má? Acaso devemos ser todos autómatos com a vida traçada à partida? O meu conselho para todos os que possam ficar chateados, ofendidos ou escandalizados com a minha opinião é: amem! apaixonem-se! Muitas vezes, de preferência. O acto sexual não é algo de escabroso. Acham que é só para nos reproduzirmos? Então, levemos isso ao limite: castrem-se todos os que são infertéis, para que não possam conspurcar a sacralidade do amor. Qual amor, qual quê. Existe sexo e existe amor - cliché, eu sei. Muitos usam para justificar pular a cerca, trair quem supostamente amam. O que eu escrevo aqui não é ser apologista da poligamia. De forma nenhuma. Apenas acho, que até se comprometerem (não com um banal contrato - seja ele civil ou religioso) - até se comprometerem a sério, até darem ouvidos ao vosso coração e ele vos disser - é esta mulher ou é este homem que vais amar, devem experimentar. Amem, relacionem-se, façam sexo, suem, gastem até à exaustão as vossas forças, e depois serão pessoas mais felizes. De certeza. Mas atenção, que existe o reverso da moeda - isto tanto é válido para quem me lê como para quem esse leitor ama. O amor pode não ser correspondido. Aliás, a maior parte das vezes não é. Não é pessimismo, é experiência. Portanto, não fiquem torturados se toda a gente vos disser não. Se a vossa namorada ou namorado partir para outra. Também eles têm o direito de experimentar e dizer que não gostam. De vocês, ou dos outros. Não digo que não sofram. Sofram, chorem baba e ranho, gritem. Mas com vocês próprios. Façam uma auto-análise e vejam onde erraram. Porque o sexo, a luxúria, são bonitos e importantes, mas não são de forma nenhuma tudo. Mais importante do que isso é amar. Neste caso, amar verdadeiramente. E aí, meus amigos, não existe margem para erro. Sejam os melhores amantes, mas não conquistem a pessoa de outra forma e vão ficar infelizes para todo o sempre. Nunca funciona assim. Todos podemos ser felizes. A luxúria é apenas um elemento dessa felicidade...