sábado, 24 de novembro de 2012

Computer Out

Vou para a caminha quentinha, ouvir a chuva e ler isto:

A foto não é minha (os créditos estão na imagem) mas foi só porque não me apeteceu andar a tirar fotografias a esta hora. Depois digo como correu!

24-11

Passaram 13 anos desde que te vi pela primeira vez. Desde que cai no teu sorriso, me fui afogando no mar das tuas palavras, desde que perdemos a noite a falar de tudo e de nada, mais de nada. Foi nessa noite que me apaixonei. Não mais tarde, com tudo o que se passou. Foi a esse momento que fiquei agarrado como uma droga, era a essa altura que voltava sempre que perdia as forças, era o teu olhar nesse dia que procurava sempre que a vida me dava mais uma martelada e me enterrava cada vez mais fundo no poço de desespero de que só hoje, timidamente, vou saindo.
Tinhas a lua e as estrelas no teu andar. Movias-te como uma sombra, e mesmo assim ofuscavas todos em teu redor. Recordo-me das coisas mais estúpidas, da forma como fumavas, da marca que fumavas, do cheiro do teu perfume misturado com o cheiro do teu corpo.
Merda, como é o que o tempo passou assim? O que foi feito de nós? Dos nossos sonhos, das nossas promessas, da nossa vida? Como chegámos a este ponto, em que te quero telefonar, em que te quero escrever, em que quero falar contigo e não posso? Como é que chegámos ao ponto do único contacto que tenho contigo ser aquela flor, aquela única flor que te deixo no relvado do Alto de São João todos os anos?
Como é que te transformaste em pó? Como é que a merda do Universo pode ser tão injusta para te levar assim? Como podes ter feito o que fizeste? Não quero que penses que te aponto o dedo, pois não o faço. Apenas queria que estivesses aqui, foda-se. Hoje mais que nunca. E amanhã vou querer ainda mais que hoje. Nunca me esqueci de ti. Nunca me esquecerei de ti. As boas memórias misturadas com as horríveis, o teu corpo, as tuas mãos dadas com as minhas, o sítio escondido do qual vi o teu funeral, pois não me queria mentalizar que tudo pudesse ter um fim tão definitivo... tão real.
Só queria puder falar contigo uma vez mais. Queria pedir-te desculpa por tudo o que não consegui fazer. Queria pedir-te desculpa por ainda não ter cumprido todas as promessas que te fiz. Queria pedir-te desculpa por não te conseguir esquecer.
Enfim, que fiquem as boas memórias no resto do tempo. Que tudo o que te prometi vai ser cumprido, não tenhas dúvidas. Se não for hoje, amanhã será. Preciso de o fazer para puder viver... para puder respirar.