sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Top Airplay

Breve Explicação: a partir de agora, quando não tiver inspirado para mais nada, vou pespegar aqui um top das músicas que me aquecem a alma neste momento... São só dez, calma!

2 - Nightwish - Wishmaster (http://www.youtube.com/watch?v=LAbVkagvYc0)
3 - Frank Sinatra - The Way You Look Tonight (http://www.youtube.com/watch?v=LAbVkagvYc0)
5 - Klepth - Não Vales Nada (http://www.youtube.com/watch?v=UQHdfUKaPWY)
6 - Marlene Dietrich - Lili Marleen (http://www.youtube.com/watch?v=MO0lUXnAs-U)
8 - Within Temptation - Ice Queen (http://www.youtube.com/watch?v=E1Z6ehpIg4c)
10 - INXS - Never Tear Us Apart (http://www.youtube.com/watch?v=_VU9DjQpvMQ&ob=av2n)

P.S: Lembrem-se, gostos não se discutem (muito)!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Da Impossibilidade

Eu tenho por hábito gostar do impossível. Não é algo que me faça bem à saúde (ou à sanidade mental), mas que hei-de eu fazer? Toda a minha vida gira à volta de coisas impossíveis, amores difíceis, tentativas falhadas de conseguir algo melhor.
Quando comecei a ser assim? Não faço a mais pequena ideia, mas talvez no secundário, com as paixões adolescentes. A diferença é que houve gente que avançou desde aí e eu fiquei preso numa espiral descendente, sempre a piorar e cada vez a desesperar mais.
Dou-vos alguns exemplos: apaixonei-me por uma mulher que não tinha nada a ver comigo no 10º ano - inteligente, gira, entre outras coisas que eu não sou. Andei até ao 12º ano a falar com ela, a tentar dizer algumas coisas que ficavam constantemente entaladas na garganta, e depois perdi o contacto... Depois fui para um curso que nada me dizia, porque achei que era giro ter um "dr." pespegado antes do nome. O que aconteceu? Apaixonei-me de novo, porque sou um gajo de paixões avassaladoras. Desta vez tive mais sorte, mas acabei por sair do curso - e pimba, perdi o contacto outra vez (minha querida Niniam, se por acaso estiveres a ler isto, que saibas que te safaste de boa). Saio da faculdade, e o que acontece de novo: ora pois, já devem ter adivinhado. Neste caso, não fui eu que me afastei, e essa pessoa anda para ali no meu facebook, mas já não falamos tanto quanto falávamos. Por fim, apaixono-me por uma vampira (sim, tu és uma vampira), que me fala muito bem, e que sabe tudo o que sinto. No entanto, está apaixonada pela mesma pessoa à muitos anos, e com isso não posso competir...
Enfim, desculpem-me esta tirada à revista Maria, mas tinha que desabafar! Boa tarde!

domingo, 6 de novembro de 2011

Moon Palace

Hoje falo do meu livro preferido. Não coloco fotografias, porque na verdade não percebo nada disto. Só vos quero dizer que também existem obras primas no século XX. Sou uma pessoa que não simpatiza com os Estados Unidos, no entanto o meu guru literário é norte-americano e a minha obra de eleição, aquela que nunca sai da mesa de cabeceira e que leio sempre que não tenho vontade de ler mais nada, ou quando já li tudo o que tinha para ler e não adquiri mais um menino, é norte-americana também (como é óbvio!).
Quem me conhece sabe do que falo, quem não conhece ou simplesmente nunca reparou, fica a saber que se me quiserem prender a uma conversa durante horas, basta dizerem na mesma frase "Paul Auster" e "Palácio da Lua". Não quero exagerar, porque é daqueles livros que ou se ama ou se odeia e daqueles autores que não são consensuais (já ouvi reputados comentadores a dizer que o Auster é literatura light e que o Palácio da Lua é um sucedâneo de má qualidade das obras do John dos Passos ou do Hemingway - juro que me deu vontade de lhes espetar uma marretada na cabeça e esconder rapidamente os corpos, mania terrível de comparar o que não é comparável, é que nem sequer está no mesmo patamar).
O livro envolve o Central Park, uma religião centrada no sexo, referências a Júlio Verne, outros livros, uma amálgama de emoções, desencontros e incertezas que me prenderam desde o momento em que peguei no livro. Identifico-me com a personagem principal (o genial Fogg) e com a franqueza da sua luta interior. Identifico-me com o seu desprendimento. Sei que não sou imparcial a falar disto. Mas desde quando é que o amor é imparcial?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Breve Vida de Um Louco

Quem seria ele? Cigarro na mão, headphones nos ouvidos, roupa preta, gel no cabelo. Caminhava pela rua meio perdido, sem rumo nem destino, apenas ao sabor dos seus próprios pensamentos. Falava consigo próprio numa língua estranha, não entendia os sinais do seu corpo, o dia esvoaçava e ele nada conseguia fazer. As horas passavam, e ele andava, continuava andando, andava sempre, sempre, sempre.
Nunca parou. Não pedia indicações, não falava a ninguém. Rosto fechado, num quase rigor mortis ainda em vida. A música que ouvia era depressiva, inconsequente, gritos de raiva e de dor de pessoas com menos raiva e dor que ele próprio. Ele era uma sombra sem nome, uma folha qualquer numa imensa árvore de folhas iguais, de impressões mudas e negritude sem fim.
Quem seria ele, pergunto eu, que o observo à distância, como se estivesse na sua mente, como se fosse ele. É uma experiência deveras assustadora, no entanto gratificante. Sei o que ele vai fazer, sei que passos vai dar, não sei porquê, mas não o posso impedir. Uma viagem pelos infernos pessoais de um qualquer homem que não sei quem é, mas que sinto ser mais importante que muitos.
A estrada continua a passar-lhe debaixo dos pés. Flutua, como se não fosse nada. As paisagens sucedem-se, no entanto ele não as olha. Saca de outro cigarro, displicente, como se nada fosse. A chama irrequieta do isqueiro permite-lhe inspirar mais umas baforadas de morte. O cheiro acre do tabaco impregna-se na roupa, mistura-se com o odor a vergonha no seu corpo. Não se importa. Afinal não tem ninguém à espera, nenhum abraço que lhe pergunte como correu o dia, nenhuma palavra, nenhum beijo. Apenas o vazio omnipresente, aquele vazio que ocupa tudo, mesmo os espaços mais recônditos da sua alma. Interroga-se, que Deus olha por ele? Será que existe um anjo da guarda que o proteja? Ou será que tem algum demónio que o ajude? Nada, nada, nada. Um buraco sem fundo, uma porta sem nada por trás, um beco sem saída.
Continuo a acompanhá-lo, sem perceber para onde se dirige, sabendo para onde vai, mas sem saber para onde vai, qualquer coisa assim, estranha e confusa como ele próprio. Emaranhado de emoções discordantes, quarteto de cordas desafinado, uma amálgama de imperfeições e de pequenas derrotas, que todas juntas formam a derrota final. Sinto algo nos seus olhos. Uma lágrima, talvez? Um escape externo dos seus pensamentos mais obscuros? Sei que o seu olhar é vazio, não fixa nada no horizonte, sequer. Limita-se a ser terrivelmente leve, como se já não pertencesse a este mundo. Será louco? Estará completamente fora da humanidade?
Continua a andar. Sinto que o fim da sua demanda está próximo. O que ele procura, não sei ainda. Parou agora. Estamos à beira de algo que se me assemelha a um precipício. Olha uma e outra vez. Atira a beata do cigarro para o chão, pisa-a levemente, a música desliga-se por magia ou apenas porque ele quis que se desligasse. Parece controlar o mundo. Sorri finalmente, parece focado. E depois atira-se, sem mágoa nem remorso. Cai desamparado, os olhos fecham-se. Não sei se está morto, mas está em paz. Encontrou a solução. E finalmente faz-se silêncio completo.

A Conspiração do Facebook

Começo a pensar que os fundadores do Facebook é que são os verdadeiros Illuminati, ou a verdadeira maçonaria, ou qualquer que seja a sociedade secreta que vos assome à ideia. Então não é que o senhor Zuckerberg e seus pares conseguiram embrutecer uma grande parte da civilização com jogos infantis, charadas idiotas e fotografias desnecessárias?
Para mim esta rede social não passa de uma tremenda conspiração de mentes brilhantes mas perversas, que tencionam tomar o Universo de assalto e dominar-nos a todos como zombies sedentos de miolos humanos (o Romero tinha razão na pandemia, apenas não tinha no que a causava). A Noite dos Mortos Vivos devia retratar uma camada gigantesca da sociedade colada ao computador, a destruir os seus próprios cérebros com perguntas e com frases feitas.
Já se destruíram relações, já se planearam revoluções, já se incentivaram crimes e já se descobriram traições no Facebook. Eu próprio já descobri amigos que não falavam comigo desde os tempos de escola, mas também já dei azo a mal entendidos e já tive discussões terríveis. Se sou diferente dos milhões que todos os dias se sentam à frente do PC? Nem pensar. Também benefício do embrutecimento e da facilidade com que se dizem as coisas mais inconsequentes ou mais terríveis no imenso diário que é um mural.
Escreverei mais tarde, que agora tenho que publicar isto... no facebook.