Quem me conhece sabe do que falo, quem não conhece ou simplesmente nunca reparou, fica a saber que se me quiserem prender a uma conversa durante horas, basta dizerem na mesma frase "Paul Auster" e "Palácio da Lua". Não quero exagerar, porque é daqueles livros que ou se ama ou se odeia e daqueles autores que não são consensuais (já ouvi reputados comentadores a dizer que o Auster é literatura light e que o Palácio da Lua é um sucedâneo de má qualidade das obras do John dos Passos ou do Hemingway - juro que me deu vontade de lhes espetar uma marretada na cabeça e esconder rapidamente os corpos, mania terrível de comparar o que não é comparável, é que nem sequer está no mesmo patamar).
O livro envolve o Central Park, uma religião centrada no sexo, referências a Júlio Verne, outros livros, uma amálgama de emoções, desencontros e incertezas que me prenderam desde o momento em que peguei no livro. Identifico-me com a personagem principal (o genial Fogg) e com a franqueza da sua luta interior. Identifico-me com o seu desprendimento. Sei que não sou imparcial a falar disto. Mas desde quando é que o amor é imparcial?
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