segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ódio (dedicado a todos aqueles que partem o coração aos outros).

Já não sei se te amo, se te odeio. Já não entendo o que fiz para merecer o teu desprezo, a tua frieza, os teus olhares assassinos e superiores, as tuas palavras duras, o estares sempre a enterrar-me no mais fundo do meu ser. Ao mesmo tempo, não consigo deixar de pensar em ti. Sobrevivo no meu sofrimento, congratulo-me de ser um joguete nas tuas mãos. Humilhas-me constantemente, sinto-me um pequeno ponto no livro da tua vida.
Algo dispensável, reciclável, reutilizável, substituível. Sirvo para quando não existe mais ninguém. Não me suportas, mas não tens coragem de mo dizer cara a cara. Pensas que prefiro chafurdar na lama do que sofrer o teu ostracismo. E tens razão. Fazes-me falta. Mesmo quando só me apetece chamar-te nomes, quando me fazes tremer, chorar, gritar, bater com a cabeça nas paredes, fazes-me falta.
Não te odeio, mas sinto um ódio latente pela maneira como me tratas. Não te entendo, mas tu nem sequer tentas que eu te entenda. Tudo o que escrevo é para ti. Tudo o que sinto é por ti. Muitas vezes penso que tenho que me afastar, mas sou arrastado que nem íman para o pé de ti. Quero estar longe, mas basta uma chamada ou mensagem tua para me alegrar o dia. Tenho medo de ti, intimidas-me. Mas sinto-me bem perto de ti. Amor ou Ódio? Não sei. Fazes-me falta, simplesmente.

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