domingo, 23 de maio de 2010

Manifesto contra o Amor

Não acredito no amor. Aliás, cada vez acredito menos. O amor é para quem é perfeito, bonito ou sociável. É para quem é mau. Não existe amor no sítio de onde venho, nem no sítio para onde vou. As minhas trevas não me permitem que veja nenhuma luz de compreensão ao fim do túnel, resignei-me a nunca esperar um abraço amigo, muito menos uma ajuda incondicional. Não acredito sequer na paixão, e o amor resume-se a uma montanha de falsidades e frases feitas. Mais vale que nos preocupemos só connosco, e que canalizemos as energias que despendíamos no amor para o ódio aos nossos inimigos. Viver como eremita, estar atento que nem víbora à espera do momento para atacar. Partiram-me o coração tantas vezes que ele já não se recompõe. Não me vou alimentar mais do meu sangue, alimentar-me-ei do sangue dos outros, das suas esperanças, das suas desilusões, dos seus erros. Não é uma perspectiva desalentada, nem uma perspectiva onde impere apenas a frieza. É o desencanto de perceber que para uns está reservada a felicidade, para os outros o suporte dessa felicidade. Mais uma prova que Deus não existe - se somos todos filhos dele, será que existem uns mais filhos do que outros?
Não penses que esta mensagem se destina só aqueles que me magoaram. Reflictam todos vós que enganam, que não se conseguem assentar - se são amados, correspondam. Não usem as pessoas. Para mim o Amor já não existe. Não quer dizer que não exista para outros.

Sem comentários: