segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

... II

Por vezes sente-se um ódio profundo, não se sabe bem porquê. Uma dor constante que nos assola, que não nos deixa dormir um minuto, que nos faz chorar lágrimas de sangue e de raiva... A vida prega-nos partidas engraçadas. As coisas surgem do nada, de todos os lados, de lado nenhum e de repente um dia que tinha tudo para ser um pouco melhor, torna-se de novo um vale de lágrimas e de solidão.
Não sei que mais posso dizer, as palavras esgotam-se aos poucos, ficam presas na garganta e o coração é arrancado aos poucos, cai no chão e fica ali, partido e sem ninguém, sem espaço para mais ninguém, sem querer mais ninguém, ansiando para que finalmente o queimem e o deixem em paz.
A morte neste momento seria quase uma libertação. Fuga desta insensatez, desta vergonha que me consome... Não tenho nada, perdi todas as defesas quando olhei pela primeira vez para ti. Ficarei aqui, pensando no que nunca será e à espera que alguém me dê a mão e me leve para longe de tudo.
Camões disse que "amor é fogo que arde sem se ver"... Mentira... Vê-se até demais.

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