terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Névoa

Copo de vinho
Vida esquecida
Mortalha de linho
Inocência perdida
Envolvo-me em nevoeiro
D. Sebastião sem jeito
Escapo-me sorrateiro
Dum amor menos que perfeito
Corpo desnudo
Olhar que hipnotiza
Fico mudo
Sem saber o que precisa
Escudo-me na distância
Esquecendo o que sinto
Volta sempre a fragrância
E sei que de novo minto
Estou vivo mas sinto-me morto
Esqueleto andante que não cavaleiro
Sempre dizendo que não sofro
Sempre em cativeiro
Não me digam nada
Deixem-me quieto e parado
A minha dor calada
O meu rosto fechado
Se me cai uma lágrima
Deixem-na correr
Curando a minha lástima
Não vale a pena mexer...



2 comentários:

asminhasquixotadas disse...

Thumbs up!

Jaime C. Alexandre disse...

Não sei se o thumbs up é porque gostaste do poema, se é pela tentativa de volta à escrita. De qualquer forma, e falando na língua de Cervantes que tu tanto gostas, muchas gracias!